Um dia ruim

Hoje tive um dia ruim. Não sei se você já teve dias assim.

Cheguei na empresa e a entrevista que eu precisava não saía de jeito nenhum. Tive de ir até o Gutierrez, p. da vida porque o médico não me dava entrevista por telefone. Foi até bom... mas perdi um tempão danado. Chorei de raiva até. Não pegou bem chorar no serviço, mas minha chefe me entendeu (ela é um doce, ainda bem) e consegui entregar tudo no prazo. Minha cabeça fritou. Tive vontade de matar e morrer. É horrível quando a gente se dilacera por dentro assim.

Tenho tido muitos problemas na família, mas nada grande ou grave. Eles me desgastam apenas. São uma série de pequenas coisinhas que vão enchendo minha paciência até eu estourar. Minhas duas irmãs são um saco. Mas quais não são? Bem, todo mundo tem problemas.

Nessas horas me sinto solitária, tenho vontade de ligar pra alguém e conversar, uma amiga que me compreendesse e ouvisse as minhas lamúrias, que não são fáceis de ouvir, devo admitir. Não sei, mas acho que todo mundo acaba tendo alguém assim, que o escuta mesmo quando você está uma merda e te apoia sempre.

Eu tenho amigas, mas elas tem suas vidas e com certeza não quero incomodá-las com choro bobo. Tem dias que a gente fica mais carente, querendo colo e um cafuné e eu sinto falta disso de vez em quando. Sempre fui muito forte, individualista e fechada, então pra mim é bem difícil porque meu sofrer é sempre solitário. Não levo a sério recadinhos de agenda do tipo "conte comigo" porque sei que a vida é dura e que nascemos sós e assim também morremos.

Mesmo assim sinto falta, de vez em quando, de uma figura de consolo. Acho que isso é coisa de mulher, de sentir falta da infância, quando tudo é tão simples, e de querer sempre ter alguém que cuide de nós.

Acho que crianças também tem dias ruins. Mas eles passam graças a algo ou a alguém. Criança sempre é cercada de gente e cuidados.

Já eu, vou ter que esperar meu dia ruim acabar. Daqui a umas quatro horas.