Os dois estavam tomando banho.
Sim, tomando banho.
A rua estava quase deserta, exceto por mim, passando.
Testemunha involuntária daquele banho.
Para nós, algo precário. Para eles, o primeiro banho em dias.
Um segurava o balde e derramava a água sobre a cabeça do outro. O outro se esfregava, esfregou a barba e se enxugou, balançando-se. Num movimento de cabeça se enxugou. Água, apenas.
E eu testemunhei, involuntária.
Não estavam nus.
Mas senti vergonha.
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